Boas-Vindas a Todos os Solteiros
Presidente James E Faust
Liahona, Agosto de 2007
Nesta mensagem, desejo oferecer oportunidades de desenvolvimento e felicidade a todos os membros, sejam eles casados ou solteiros. Para ter o controle da sua vida e ser bem sucedido, seja qual for o seu estado civil, recomendo que procure conhecer seu Pai Celestial.
A melhor maneira de fazer isso é por meio da oração, estudo das escrituras e obediência aos mandamentos. Lembre-se sempre de que Ele ama você e lhe dará orientação e apoio, se você O convidar para sua própria vida. Inclua-O ao tomar as suas decisões. Inclua-O ao avaliar o seu valor pessoal. Ore a Ele quando estiver desanimado, porque testifico que Ele realmente ouve nossos pedidos de ajuda. Em seu sábio discurso sobre a oração, o profeta Zenos observou: “E ouviste-me por causa das minhas aflições e da minha sinceridade” (Alma 33:11).
Ficamos profundamente tocados e sensibilizados ao sabermos de uma tendência comum referida por muitos de nossos membros solteiros. Para alguns, a solidão e o desânimo são seus companheiros mais constantes. Uma pessoa de grande alma que tinha um bom bispo, um bom mestre familiar, um bom cargo e uma situação financeira estável, disse: “Não preciso de mais coisas para fazer; só preciso de alguém com quem fazer essas coisas”. Isso se torna motivo de grande preocupação quando lembramos que pelo menos um terço dos membros adultos da Igreja são solteiros.
Sem subestimar a dor da solidão sentida por alguns solteiros, o Presidente Gordon B. Hinckley ofereceu uma espécie de antídoto, ao aconselhar:
“Creio que, para a maioria de nós, o melhor remédio para a solidão é trabalhar e prestar serviço em benefício de outras pessoas. Não estou subestimando seus problemas, mas não hesito em dizer que há outras pessoas com problemas mais graves do que os seus. Procurem servi-las, ajudá-las e encorajá-las. Há tantos meninos e meninas que são reprovados na escola por falta de um pouco de atenção e incentivo. Há tantas pessoas idosas que sofrem de solidão e medo, para as quais uma simples conversa traria um pouco de esperança e alegria”!
Lembre-se de que todos nós já fomos solteiros, somos solteiros agora ou, em algum momento, podemos voltar a ser solteiros; portanto, ser solteiro na Igreja não é um fato extraordinário. Ser casado também implica em desafios e responsabilidades. Talvez você já tenha ouvido a história da jovem noiva que disse: “Quando eu me casar, todos os meus problemas terminarão”.
Sua sábia mãe replicou: “Minha querida, seus problemas estarão apenas começando”.
Avaliar Nosso Progresso
De nada vale ficar tão obcecado pelo desejo de casar-se a ponto de perder as bênçãos e oportunidades de desenvolvimento que existem enquanto se é solteiro.
Também creio que seria útil estabelecer metas: sem metas, não se pode avaliar o progresso. Mas não fique frustrado por não haver vitórias evidentes. Algumas coisas não podem ser medidas. Se você estiver se esforçando para atingir a excelência — se estiver fazendo o máximo a cada dia, usando de modo mais sensato todo o seu tempo e energia para alcançar metas realistas — você terá sucesso, quer esteja casado ou solteiro.
Referindo-se aos membros solteiros, o Presidente Harold B. Lee (1899–1973) disse, certa vez:
“Entre vocês estão os mais nobres membros da Igreja: pessoas fiéis, valentes, que se esforçam para viver os mandamentos do Senhor, para ajudar a edificar o reino na Terra e servir ao próximo”.
Muito frequentemente somos insensíveis e indiferentes aos sentimentos dessas almas especiais que temos entre nós. Um líder do sacerdócio bem-intencionado, preocupado com uma dessas moças solteiras especiais, cujo coração ansiava por um companheiro e por uma vida mais plena de realizações, perguntou: “Por que você não se casa?” Bem-humorada, ela respondeu: “Irmão, eu adoraria encontrar um marido, mas eles não nascem nas árvores”.
Embora muitos membros adultos solteiros estejam bem adaptados à vida que levam e aos seus problemas, mesmo assim eles precisam da atenção amorosa da Igreja e dos seus membros para que se sintam úteis e desfrutem o amor que Deus tem por eles, individualmente. O enfoque da Igreja — correcto e justo — no lar e na família faz, ocasionalmente, com que alguns membros solteiros, que não têm cônjuge, nem filhos, se sintam excluídos.
Uma dessas pessoas escreveu: “Muitos membros da Igreja tratam uma mulher divorciada como se ela tivesse lepra. Morei muitos anos em uma ala SUD de Salt Lake, na qual a cada ano, na época do Natal, havia uma festa para viúvos e viúvas. Nunca fui convidada. Sempre levei uma vida justa e creio que o Salvador me convidaria. Conheço pessoas que enfrentaram tanto a morte quanto o divórcio, e elas dizem que o divórcio é pior do que a morte”.
Outro membro escreveu: “Creiam em mim quando digo que, devido à ênfase da Igreja na família e nos filhos, já estávamos até conformados com o facto de sermos ‘diferentes’. É reconfortante ser novamente aceites como pessoas ‘normais’”. Ninguém deve sentir-se excluído por ser solteiro. Queremos que todos sintam que fazem parte da Igreja, no contexto da mensagem de Paulo aos efésios: ‘Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus’ (Efésios 2:19). Pertencemos não apenas à Igreja do Senhor, mas também uns aos outros. Toda sociedade, inclusive os membros adultos solteiros, tem interesse especial pelos pais, mães e famílias. Há poucos anos, o Presidente Boyd K. Packer, Presidente Interino do Quórum dos Doze Apóstolos, disse o seguinte aos membros solteiros da Igreja: “Falamos muito sobre famílias. Às vezes, com amargura, vocês terão vontade de dizer: ‘Fala-se tanto a respeito de famílias, mas eu não tenho família...’ parem por aí! Não acrescentem a próxima frase: ‘Gostaria que parassem de falar tanto a respeito de famílias’. Orem para que continuemos a falar sobre famílias; sobre pais, mães e filhos e noite familiar, casamento no templo e companheiros eternos e tudo o mais, porque tudo isso será seu. Se pararmos de falar nessas coisas, então vocês, mais do que todos, sairão perdendo com isso”.Confirmo essa afirmação. No final, tudo isso será realmente seu.
Buscar os Necessitados
Todos nos lembramos da parábola do bom pastor que deixou o rebanho e foi em busca de uma única ovelha que se tinha perdido (ver Lucas 15:3–6). Alguns de nossos membros solteiros podem perder-se, a menos que estendamos a mão para eles. O trabalho de buscar os que necessitam de nossa ajuda pode ser feito de muitas maneiras. O que podemos fazer, como indivíduos, para estender a mão para os solteiros? Uma maneira é esforçar-nos para incluí-los mais. Ao ver uma pessoa sentada sozinha em uma reunião da Igreja, podemos sentar ao lado dela ou convidá-la a sentar-se connosco. Todos podemos oferecer a mão da amizade. De facto, bem faríamos em lembrar o conselho do Presidente Hinckley a respeito dos conversos e aplicá-lo aos que estão sozinhos: eles precisam de um amigo, um chamado e de ser nutridos pela boa palavra de Deus. Acho que poderíamos acrescentar mais uma coisa à lista: um bom mestre familiar. Os mestres familiares diligentes adaptam as mensagens do ensino familiar às necessidades dos membros solteiros. Eles também podem oferecer amizade, incentivo, um sentimento de aceitação e, especialmente para as irmãs solteiras, uma oportunidade para que recebam as bênçãos do sacerdócio.
É fácil rotular alguém como solteiro e depois não ver nada além do rótulo. Os solteiros são pessoas e devem ser tratados como tal. Nem todos são solteiros por vontade própria. Como disse o salmista, sejamos “pai de órfãos” e lembremos que “Deus faz que o solitário viva em família” (Salmos 68:5–6). Todos pertencemos à família de Deus e um dia voltaremos à presença Dele, para as mansões que Ele preparou para todos os Seus filhos.
Como os Líderes Podem Ajudar
Eis algumas directrizes para os líderes da Igreja: “O bispado [ou presidência de ramo] pode organizar um ou mais grupos de membros solteiros que não tenham filhos em casa e que não morem com os pais”. Além disso, “devem-se realizadas actividades na estaca e na ala para os membros solteiros, como serões, bailes, coros, seminários de preparação para o sacerdócio, seminários de preparação para o templo, excursões ao templo, eventos culturais e desportivos”.
Os líderes da Igreja devem avaliar regularmente as necessidades dos membros solteiros nas reuniões de liderança e incluí-los em chamados, atribuições e actividades significativas. Os líderes do quórum e da Sociedade de Socorro devem estar atentos às necessidades dos membros solteiros, particularmente quando as lições incluírem tópicos como casamento e filhos. Os membros solteiros precisam ser lembrados e nutridos.
Ser Feliz Agora
Ser solteiro não significa que você deva desistir de ser feliz. O Presidente Harold B. Lee (1899–1973) disse, certa vez:
“A felicidade não depende do que acontece fora de você, mas do que acontece dentro de você. Ela depende da maneira como você encara os problemas da vida”.
Quero lembrá-los de que muitos que são solteiros oferecem uma ajuda muito necessária aos membros da família e a outras pessoas, provendo apoio, aceitação e amor a sobrinhos e sobrinhas, irmãos e irmãs, e parentes afastados. Portanto, de certa forma, os solteiros podem fazer muito, à sua própria maneira, para ajudar na criação das crianças.
Nessa tarefa, eles podem exercer grande influência porque frequentemente são capazes de dizer coisas que os pais não conseguem dizer aos próprios filhos. Por fim, meu conselho para vocês que são solteiros é que orem frequentemente, porque nosso Pai Celestial, que os conhece melhor que ninguém, sabe quais são os seus talentos e pontos fortes, bem como as suas fraquezas. Ele os colocou aqui na Terra nesta época para que desenvolvam e refinem essas características. Prometo que Ele vai ajudá-los. Ele está ciente de suas necessidades e, no devido tempo, as prometidas bênçãos do casamento chegarão a vocês.